A
partir de meados da década de 1970, na fronteira entre as artes visuais e a
música, assistimos
à emergência de uma forma de arte na qual o som é utilizado de modo peculiar,
num processo que se aproxima mais de um contexto expandido de escultura e
criação plástica do que dos modos tradicionais de criação musical. Esse
repertório, caracterizado pelo intercâmbio entre as artes, mesclando música,
artes plásticas e arquitetura, passou a ser designado como arte sonora (sound
art). As diversidades das obras abrigadas sob esse termo colocam em questão uma
caracterização precisa desse repertório e, apesar da expressiva produção
realizada especialmente na última década, ainda é discutível se a arte sonora
pode se estabelecer como um gênero ou categoria artística independente, ou se
essas obras situam-se na relação da música com outras artes estabelecidas por diferentes
movimentos experimentais que ocorreram no século XX.
Por
arte sonora entende-se que é uma reunião de gêneros artísticos que estão na
fronteira entre música e outras artes, nos quais o som é material de referência
dentro de um conceito expandido de composição, gerando um processo de
hibridização entre o som, imagem, espaço e tempo. Entre outras questões, a
concepção estética desse repertório vai ao encontro da reflexão e inclusão de elementos
que geralmente possuem um valor secundário, ou mesmo inexistente na criação
musical tradicional, tais como o espaço, a visualidade, a performance e a
plasticidade.
O
Benefício de uso das Esculturas Sonoras para a Educação Musical
O aprendizado da criança se consolida
quando ela é capaz de fazer o maior número de associações possíveis acerca do
assunto estudado.
No caso da música,
temos que conduzir um planejamento didático, percebendo que aquele planejamento
consiste em fazer com que as crianças primeiramente sintam os sons, antes de
aprenderem as suas atribuições teóricas como a notação musical, por exemplo.
Para isso, temos que nos prover de dinâmicas competentes como a inserção da
arte plástica e visual na música, possibilitadas pela “confecção de
instrumentos”, por exemplo, que por sua vez tem grande importância dentro deste
conceito dada à vasta possibilidade de manuseio e de modelagem de materiais.
Tudo isso associado aos sons, que como matérias primas fundamentais da música,
merecem certo destaque em relação a ela própria.
Com a confecção de
instrumentos, a distinção entre o “fazer som” e o “fazer música”, citados por
Anton Walter Smetak (1913-1984) torna-se mais compreensível, pois a exploração
sonora que as crianças experimentam, fortalece a capacidade de percepção e
compreensão sobre o assunto.
Dentro deste
contexto, temos ainda o conceito de “escultura sonora” (soundscape).
Atribui-se ao termo
escultura sonora, a arte de manipular ou extrair sons de esculturas produzidas
por um determinado artista e tem como um dos seus principais expoentes o músico
e filósofo americano Bill Fontana. (Campesato – Iazzeta)
Uma das
características desta arte ou gênero musical é a construção da obra relacionada
com a construção do seu próprio espaço de existência, o que faz com que a
aproxime mais a plasticidade que precisa de locais como galerias de arte e
museus do que a arte musical convencional que é executada em salas de concerto.
(Campesato – Iazzeta)
Como percebemos,
estas artes podem proporcionar grande desenvolvimento para alunos devido à
maneira com que elas são produzidas.
O auxílio no
desenvolvimento da motricidade e da criatividade das crianças é inquestionável
em relação à dinâmica de confecção de instrumentos, assim como a construção de
uma visão diferenciada dos sons em relação aos estudantes do passado,
proporcionada pela inserção dos conceitos de esculturas sonoras nas aulas de
educação musical.
Em relação ao social,
devemos considerar também que como os instrumentos musicais industrializados
não são muito baratos, a construção de instrumentos auxilia, pois com materiais
inutilizados fazem-se novos produtos fortalecendo também a questão da
conscientização da reciclagem.
Referências
http://lounge.obviousmag.org/da_ponte_para_o_miradouro/2012/02/esculturas-sonoras.html
Acesso em 29/04/12
http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/papers/anppom_2006.pdf Acesso em 29/04/12
http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/papers/anppom_2006.pdf Acesso em 29/04/12
http://educacaomusicaleoseculoxxi.blogspot.com.br/2010/07/como-o-trabalho-plastico-ou-visual.html Acesso em 29/04/12
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