O corpo é nosso instrumento primordial, pois
qualquer ação que realizamos é ele quem dá o primeiro sinal, portanto para
qualquer ação, seja como instrumentistas ou como educadores quem fala primeiro
é o nosso corpo, através dos movimentos.
Ao executar um instrumento musical, podemos observar
o quanto nosso corpo está presente em nossa performance, tanto no estado
físico, quanto no estado mental.
Ao tocar um violino, por exemplo, percebo que os
movimentos corporais mudam constantemente para cada tipo de articulação
realizada, esses movimentos devem ser conscientes para serem realizados de uma
boa forma, e não de forma automática. É fácil notar quando um violinista não
está “de bem” com seu corpo, pois os movimentos não são precisos, sendo assim
nenhuma articulação irá fluir como deveria, e isso pode acarretar problemas em
sem desempenho musical, e não somente isso, pode provocar também lesões em seu
corpo, por causa da tensão.
É claro que no inicio do aprendizado, o corpo tende
a ficar mais tenso, isso ocorre pelo fato dele estar exercendo uma função antes
desconhecida, porém a conscientização corporal se trabalhada de forma correta,
pode reverter essa situação em bem pouco tempo, fazendo que o instrumento passe
a ser uma extensão do seu próprio corpo e não mais algo estranho.
Pensando no corpo ao ministrar aulas, posso dizer
que pra cada situação temos uma forma diferente de nos comportar. Para
trabalhar com grupos grandes temos que trabalhar de forma mais aberta, com uma
postura e voz mais firmes, para que assim possamos ter o controle da sala de
aula, já com uma aula individual, isso não é necessário, a aula pode ser mais
leve, pois o aluno está bem próximo de você.
Até agora o foco foi o corpo no aspecto físico,
porém o aspecto mental também é essencial para o bom desempenho de qualquer
função que exerçamos, pois a saúde da mente é a saúde do corpo, se a mente não
está bem como podemos passar algo bom para outra pessoa, não é mesmo? O que
estamos sentindo, é o que será passado através da música, afinal essa é a
ideia, utilizar a música para passar nossas emoções.
Temos também o lado do engano, muitas vez me peguei
culpando meu corpo por erros do cérebro, demorei pra perceber isso, no violino,
por exemplo, quando vamos estudar uma passagem difícil de alguma peça, e hora
acertamos e outra erramos, a primeira coisa é achar que os dedos não estão
respondendo, porém não paramos para pensar que quem manda o comando para os
dedos é o cérebro, sendo assim é uma questão de conscientização mental.
Essa consciência corporal e mental é uma questão a
ser trabalhada desde o início do aprendizado musical, para que assim antes de
qualquer outra coisa, a criança entenda que o corpo faz parte de todas as
nossas ações, sejam elas musicais ou não.
A tese da Patrícia Penderiva, foi a que mais me
chamou a atenção, pois desenvolve a questão corporal e mental de uma forma bem
interessante e clara.
Referências
BOLLE,
Willi. A linguagem gestual no teatro de Brecht;
RITTER, Hans Martin. O princípio gestual no trabalho teatral de Brecht;
PEDERIVA, Patrícia. O corpo no processo ensino-aprendizagem de instrumentos musicais: percepção de professores. Cap. 1 – O corpo no contexto ensino-aprendizagem, (PP.16-17 fazem referência a Foucault)
MACHADO, Roberto. Introdução - Por uma genealogia do poder, in Foucault, Michel. Microfísica do poder,
RITTER, Hans Martin. O princípio gestual no trabalho teatral de Brecht;
PEDERIVA, Patrícia. O corpo no processo ensino-aprendizagem de instrumentos musicais: percepção de professores. Cap. 1 – O corpo no contexto ensino-aprendizagem, (PP.16-17 fazem referência a Foucault)
MACHADO, Roberto. Introdução - Por uma genealogia do poder, in Foucault, Michel. Microfísica do poder,
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