sábado, 28 de dezembro de 2013

Destaques das principais ideias de dois textos



Texto 1- Algumas ideias de Paulo Bosísio sobre aspectos da educação musical instrumental-  Guilherme Romanelli, Beatriz Ilari, Paulo Bosísio.

Texto 2- Ensino instrumental enquanto ensino de música- Keith Swanwick  


Algumas ideias de Paulo Bosísio sobre aspectos da educação musical instrumental

Paulo Bosísio é um dos maiores professores de violino da atualidade, ele possui uma maravilhosa pedagogia, onde todos os conceitos são passados passo a passo, para que o aluno assimile bem o conteúdo.

No que diz respeito à idade para iniciar no instrumento, Paulo Bosísio é muito claro no que diz:

É, acho que é como tudo na vida, não tem uma idade padrão prá se começar e depende da criança que está na frente: - se ela demonstra interesse, se ela é  capaz de se concentrar, e se tem também quem a assista fora da sala de aula. Por isso uma criança de três anos de idade, por exemplo, que fora da sala de aula não tem quem a assista, não vale a pena, vocês sabem muito bem. (Bosísio)

Portanto, não importa a idade que a criança vai ser iniciada no instrumento, o aprendizado envolve muito mais do que isso, envolve  o interesse da criança, a participação dos familiares e a preparação do professor também. Claro que crianças mais novas possuem maior facilidade para o aprendizado, porém crianças mais velhas também estão aptas a aprender, mas com um pouco mais de esforço.

O professor de instrumento deve sempre estar em formação, procurando aprender novas formas de ensino, para poder transmitir ao aluno, um conteúdo concreto. Além disso, ele deve trabalhar de forma lúdica, mas sem esquecer as cobranças, pois para o aprendizado acontecer, o aluno precisa ser cobrado pelo professor.

Sobre a questão dos métodos, Paulo Bosísio faz um comentário muito interessante e verdadeiro:

Quer dizer, você pode ter resultados extraordinários com um professor moderno, inventivo, e etc através de um método que você poderia chamar de “tradicional” como o Doflein,13 por exemplo, e pode ter maus resultados de um professor que aplica Suzuki, mas de forma ortodoxa, pouco inventiva e tudo o mais. Então, é do professor que depende basicamente o que vai acontecer, não importa muito o método que ele aplique.

Resumindo, o método não ensina ninguém, é necessário ter um bom professor como mediador do que o método está pedindo em determinada situação.

A questão da leitura, é sempre discutida, concordo com Paulo, quando ele diz que a leitura pode vir depois, quando o aluno já possui algumas competências em relação ao instrumento.
Antes da leitura, tem muitas coisas para serem trabalhadas, e a primeira delas é o corpo, que é o nosso primeiro instrumento, depois temos que adequar o violino em relação ao corpo sem perder o relaxamento, a forma de mão no arco, enfim, são muitos outros conteúdos que precisam de muita atenção do professor na hora de ensinar e muita concentração do aluno. Por isso a leitura é deixada para outro momento, pois na iniciação do instrumento são muitas informações.

O professor deve sim ser exigente com o aluno, pois é necessário que de inicio, o aluno tenha uma boa postura, afinação, produção equilibrada do som, para que mais adiante ele não sofra por conta de falhas que aconteceram no passado. O professor deve ser exemplo para o aluno, pois eles se espelham nele, afinal, o primeiro aprendizado do aluno é realizado através de imitação, o professor produz e o aluno reproduz.


ENSINO INSTRUMENTAL ENQUANTO ENSINO DE MÚSICA

Swanwick em seu texto mostra que a aula de música deve sempre ser musical.
Hoje nos deparamos com aulas totalmente automáticas, onde os alunos produzem regramente o que está descrito em métodos, onde o professor nem se quer se levanta da cadeira para ensinar.
O professor deve utilizar com os alunos diversas formas de ensinar, sempre priorizando o ensino significativo, onde o professor apresenta os conteúdos relacionando-os com situações do cotidiano dos alunos, assim eles conseguem interiorizar o conteúdo, tornado-se autônomos em seus estudos.

Podemos construir "planos" também com a ajuda de metáforas, imagens mentais, fotografias cerebrais da ação. Por exemplo, quando seguro o arco do violoncelo de maneira que a minha mão e a vara do arco se conformem, eu permito o máximo de flexibilidade e controle durante a ação. Uma abordagem comum parece ser tentar separar a posição de curvatura de cada dedo, talvez com o professor movendo minha mão, ou colocando os dedos nos ângulos e lugares apropriados.

Mas isto seria o "plano" do professor, e não o meu, e as coisas provavelmente não dariam certo quando eu estivesse sozinho. Por outro lado, eu poderia por minha mão num balde d'água "imaginário", tirá-la, e sacudi-la para tirar as gotas - agora a mão e o braço estão livres e relaxados. Então seguindo uma idéia de Phillis Young imagino que estou segurando um morango bem macio entre o polegar e o indicador, e aplico este mesmo "plano" ao arco(2).

É muito importante que o professor faça esse tipo de relação, assim o aluno consegue fazer associações, o que é muito importante no processo ensino-aprendizagem.

É importante que o professor não se prenda a um único método, ele deve perceber a necessidade de cada turma e aluno para suprir suas dificuldades. Ao invés de trabalhar muitos matérias, deve-se trabalhar poucos e com qualidade musical, através de uma única música, é possível trabalhar diversos conteúdos, como afinação, ritmo, dinâmica, fraseado, andamento, então é importante trabalhar a música e não só tocar as notas e passar para outro material, pois métodos não ensinam.

A improvisação é muito importante para desenvolvimento musical, ela pode acontecer em qualquer nível de aprendizagem, desde a primeira o aluno já pode improvisar. Esse tipo de atividade contribui muito para a criatividade técnica- musical do aluno e através dela se desenvolve o ouvido interno.

A leitura musical deve ser inserida após o aluno ter adquirido algumas habilidades, para que ela não engesse o aprendizado.
O que pode ser realizado, é o registros de pequenas composições dos alunos em partituras não convencionais, isso desenvolve sua criatividade.

As aulas em grupos trazem muitos benefícios aos alunos, pois um aluno acaba se espelhado no outro, se um está tocando com o som mais bonito, os demais vão quere copiar e assim acontece com vários outros fatores, uns vão incentivando os outros.

É muito importante que o aluno não saia da aula de música sem fazer ou apreciar música, a música pode acontecer de várias formas, desde um momento onde professor pode tocar para os alunos relaxarem, ou para atividades rítmicas, onde professor toca e os alunos caminham no ritmo, isso é também fazer música.


Referências

Romanelli, Guilherme; Ilari, Beatriz; Bosísio, Paulo: Algumas idéias de Paulo Bosísio sobre aspectos da educação musical instrumental.

Swanwick , Keith: Ensino instrumental enquanto ensino de música


                                                                                                                         Alessandra Martins 

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