sábado, 28 de dezembro de 2013

Conscientização corporal na minha prática musical e educativa



O corpo é nosso instrumento primordial, pois qualquer ação que realizamos é ele quem dá o primeiro sinal, portanto para qualquer ação, seja como instrumentistas ou como educadores quem fala primeiro é o nosso corpo, através dos movimentos.
Ao executar um instrumento musical, podemos observar o quanto nosso corpo está presente em nossa performance, tanto no estado físico, quanto no estado mental.
Ao tocar um violino, por exemplo, percebo que os movimentos corporais mudam constantemente para cada tipo de articulação realizada, esses movimentos devem ser conscientes para serem realizados de uma boa forma, e não de forma automática. É fácil notar quando um violinista não está “de bem” com seu corpo, pois os movimentos não são precisos, sendo assim nenhuma articulação irá fluir como deveria, e isso pode acarretar problemas em sem desempenho musical, e não somente isso, pode provocar também lesões em seu corpo, por causa da tensão.
É claro que no inicio do aprendizado, o corpo tende a ficar mais tenso, isso ocorre pelo fato dele estar exercendo uma função antes desconhecida, porém a conscientização corporal se trabalhada de forma correta, pode reverter essa situação em bem pouco tempo, fazendo que o instrumento passe a ser uma extensão do seu próprio corpo e não mais algo estranho.
Pensando no corpo ao ministrar aulas, posso dizer que pra cada situação temos uma forma diferente de nos comportar. Para trabalhar com grupos grandes temos que trabalhar de forma mais aberta, com uma postura e voz mais firmes, para que assim possamos ter o controle da sala de aula, já com uma aula individual, isso não é necessário, a aula pode ser mais leve, pois o aluno está bem próximo de você.
Até agora o foco foi o corpo no aspecto físico, porém o aspecto mental também é essencial para o bom desempenho de qualquer função que exerçamos, pois a saúde da mente é a saúde do corpo, se a mente não está bem como podemos passar algo bom para outra pessoa, não é mesmo? O que estamos sentindo, é o que será passado através da música, afinal essa é a ideia, utilizar a música para passar nossas emoções.
Temos também o lado do engano, muitas vez me peguei culpando meu corpo por erros do cérebro, demorei pra perceber isso, no violino, por exemplo, quando vamos estudar uma passagem difícil de alguma peça, e hora acertamos e outra erramos, a primeira coisa é achar que os dedos não estão respondendo, porém não paramos para pensar que quem manda o comando para os dedos é o cérebro, sendo assim é uma questão de conscientização mental.
Essa consciência corporal e mental é uma questão a ser trabalhada desde o início do aprendizado musical, para que assim antes de qualquer outra coisa, a criança entenda que o corpo faz parte de todas as nossas ações, sejam elas musicais ou não.
A tese da Patrícia Penderiva, foi a que mais me chamou a atenção, pois desenvolve a questão corporal e mental de uma forma bem interessante e clara.

Referências

BOLLE, Willi. A linguagem gestual no teatro de Brecht; 
RITTER, Hans Martin. O princípio gestual no trabalho teatral de Brecht; 
PEDERIVA, Patrícia. O corpo no processo ensino-aprendizagem de instrumentos musicais: percepção de professores. Cap. 1 – O corpo no contexto ensino-aprendizagem, (PP.16-17 fazem referência a Foucault) 
MACHADO, Roberto. Introdução - Por uma genealogia do poder, in Foucault, Michel. Microfísica do poder,


                                                                                                                        Alessandra Martins 

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